Restauração Ambiental Ecológica da Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe
Pesquisa do Grupo Arquitetura e Biosfera EC Águas/ Plataforma habita-cidade
Piloto para desenvolvimento de Projeto de Reestruturação Ambiental Ecológica
A Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe, um dos mais importantes rios da Mantiqueira no território paulista, será observada na Pesquisa aqui apresentada quanto aos aspectos positivos e negativos no que se refere às pressões antrópicas nela existentes, tendo em vista a necessidade de reidratação da paisagem face à diminuição da hidráulica dos rios daquela serra que pode ser vista como uma das grandes fontes d’água do sudeste brasileiro.
A Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe é uma província hídrica da serra da Mantiqueira. Está no chamado Circuito das Águas paulista. Ali percebe-se a pressão sobre o chamado Complexo da Mantiqueira, cuja carga hídrica tem diminuído significativamente nos últimos tempos e no qual estão rios utilizados para abastecimento de água das duas maiores cidades brasileiras (São Paulo e Rio de Janeiro), algo que reforça a urgência de ações restauradoras.
A expectativa é a de se perceber e identificar movimentos propositivos apropriados quanto ao cuidado com as suas água e com a manutenção da qualidade desta.
As diferenças de cotas na Bacia em questão abrigam diferentes ambientes ecológicos e, assim, será na presente pesquisa, para efeito de análise e proposições, dividida em três regiões, a saber,
Região 1, junto às nascentes, em Munhoz, MG, onde está a Serra Fina, Alto Rio do Peixe, com cotas acima de 1.000m de altitude, com áreas entendidas como hot spots em função da beleza cênica e valorização por parte dos promotores de turismo – há áreas preservadas, mas há também inserção intensa de espécies exóticas tanto para evocar paisagens europeias no meio urbano, quanto para cultivos na área rural, algo que será tratado dentro da realidade e necessidades econômicas da região, com um olhar atento para os impactos quanto às espécies nativas;
Região 2, junto às cidades de Socorro, Lindóia e Águas de Lindóia (tendo como bordas as cidades de Serra Negra e Monte Sião, correspondendo ao Médio Rio do Peixe e
Região 3, junto à foz no rio Mogi-Guaçu, próximo a Itapira, Baixo Rio do Peixe.
Ações recentes relacionadas ao turismo de aventura têm se demonstrado ferramentas aliadas da intenção de preservação dos ecossistemas ali ameaçados. Por outro lado, a proliferação de condomínios fechados têm contribuído para desequilibrar ainda mais as dinâmicas ambientais na região, com aceleração de processos de ocupação desordenada.
Objetivo Geral da Pesquisa
O objetivo geral da pesquisa sobre a Bacia do Rio do Peixe é o de compreender na região, a partir da fisiologia da paisagem, as dinâmicas das águas: de escoamento, percolação, infiltração, armazenamento, macro e micro climas, na perspectiva da busca de equilíbrio entre ocupação humana e hidrosfera/ biosfera.
Para tanto, ciclos biogeoquímicos serão observados, assim como a ocupação humana – urbanização e agricultura, fertilização e irrigação.
Serão observadas analítica e propositivamente as relações quanto à Macro metrópole paulista, refletidas na ocupação ali empreendida, seja urbana ou rural e nas atividades relacionadas com o turismo que têm sido frequentes.
No que se refere às disciplinas de Arquitetura e Urbanismo, a ideia é a de se empreender um levantamento do histórico da ocupação e referências, além de exemplos de aplicação e possibilidades quanto à chamada infraestrutura verde.
A pesquisa pretende fazer um balanço da dita Economia Verde na região, de projetos para áreas ecologicamente delicadas.
Principais aspectos a serem investigados na Pesquisa:
A diminuição do potencial hidráulico de rios como o do Peixe, (contendo corredeiras), ligado ao aquífero Mantiqueira (Circuito das Águas paulista), um dos grandes mananciais do sudeste brasileiro;
Questões locais, como: relação com a infraestrutura turística, quais as consequências sobre a paisagem, e se existem benefícios;
Avanço de modelos de condomínios, exercendo pressões sobre o patrimônio natural da região;
Como a agricultura está participando das ações de valorização da Bacia do rio em foco;
Quais atividades ligadas a ecologia e saúde (Circuito das Águas ) estão beneficiando
a região, e qual o papel da arquitetura
Ferramentas/instrumentos pretendidos na Pesquisa:
Produção de Material Didático (Manuais, Maquetes etc) quanto à antropização/ poluição dos rios/ Distribuição Hídrica/ Pressões (das pressões positivas, serão levantados Links de Projetos Locais de Remediação; Ações comunitárias; Educação Ambiental)
Procedimentos:
Montagem de estratégias a partir de consulta constante a mapas para
identificação de questões históricas e pressões positivas/negativas
Quanto às disciplinas Urbanismo/ Arquitetura, observação da ocupação e diferenças regionais de pressões nos diferentes municípios
Estudos específicos de segmentos da Bacia Hidrográfica em função de diferenças nas médias de cotas: Munhoz; Serra Negra/ Lindóia; Itapira/ Mogi-Guaçu
Referências Bibliográficas:
MCHARG, Ian L. Design with Nature. The Natural History Press, New York 1969.
HALPRIN, Lawrence (1989). Design as a Value System. Places, 6(1). Retrieved from https://escholarship.org/uc/item/1zs9q4cm
Landscape designers: Peter Walker & Martha Schwartz
Uma primeira ação relacionada à pesquisa Restauração Ambiental Ecológica da Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe
será a viagem “Expedição EC Águas Rio do Peixe”, de 9 a 11 de Novembro de 2018.
Proposta da viagem: Primeiro contato para estudos sobre a Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe, com prática de trilhas na margem do rio, área rural + visita a arquitetura representativa do Circuito das Águas paulista no século XX e ações restauradoras recentes da paisagem.
Parceiros
Mundaka – base de turismo ecológico na região, com restaurante e guias para trilhas
Pousada Rio do Peixe
Copaíba – ONG na região que se dedica à proteção sócio-ambiental
Programação
9/ Nov sexta feira – chegada Mundaka aprox. 11h, apresentação pesquisa, almoço Mundaka (incluso), tarde: visita Copaíba, lanche em Socorro (não incluso), pernoite chalé Pousada
10/Nov sábado – manhã: trilha Mantiqueira; almoço Mundaka (incluso); tarde: visita ao balneário de Águas de Lindóia (custo para utilização da piscina não incluso); lanche em Águas de Lindóia (não incluso); pernoite chalé Pousada
11/ Nov domingo – manhã: trilha das Cachoeiras/Fazenda; almoço Mundaka (incluso); volta para SP
Integrantes da viagem ficarão em chalés de 4 pessoas cada, transporte está incluso no valor
Custo para alunos interessados R$ 975,00 – Pagamento em 2 vezes – 20/out e 9/nov
(575,00 entrada, 400,00 em 9/11)
Professores envolvidos:
Sidney Fernandes, técnico em Meio Ambiente com licenciatura em Geociências e Educação Ambiental, graduado em Desenho Industrial FAAP, pós-graduação Habitação e Cidade (Escola da Cidade), trabalha como paisagista desde 1992
Luis Octavio de Faria e Silva, arquiteto e professor na Escola da Cidade e na USJT, doutorado FAUUSP 2008, coordenador do curso de pós-graduação lato sensu Habitação e Cidade (Escola da Cidade), mediador Plataforma habita-cidade, com Projetos que apontam para o manejo ecológico da paisagem
André Garcia, arquiteto formado pela Escola da Cidade, permacultor atuante na Plataforma habita-cidade, pesquisa atualmente novas possibilidades tecnológicas para a promoção da Sustentabilidade
* Não estão inclusos alimentação à noite e custo no balneário de Águas de Lindóia, onde a ideia é ficar na piscina depois de passear pelo parque.